debaixo do meu chapéu...
tinha um pássaro amarelinho
que fez seu ninho
debaixo do meu chapéu
tinha um arco-íris
que entrecortava de fora a fora
o horizonte do azul do céu
tinha uma sinfonia de beethoven
que só os ingênuos ouvem
não catalogada
tão serena e leve
como o cair da neve
na esperada alvorada
que eu assobiava ao léu
debaixo do meu chapéu
quando a donzela
vinha se achegando
abanei-o em saudação
mirando a capela
por tanto amor
menos por educação
mas ali parado
por ela desnotado
senti-me judiado
quando ela virou o rosto
pro lado errado
de minha ilusão
então
o pássaro migrou
abandonou minha percepção
o arco-íris se dissipou
ensurdeci-me à canção
segui pela estrada
com a cabeça de pesar pesada
com meu chapéu na mão
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