um poeminha de 1975
(meus 17 anos)
estou sempre enganado a teu respeito
no que dizem me enfado de descrença,
mas sua comitiva são homens de direito
cultos, vis, falsos eruditos de nascença.
antes, na inveja, eu sempre o criticava
eu era o errado do enredo dos círculos,
os meus disfarces dia e noite justificava
teus vultos eram e são passos ridículos.
bem, agora vou à desforra inclemente
meu diploma é meu escudo de defesa,
água suja em sua vida foi mina vertente
da raiz brotadeira de minha esperteza.
teu viver ainda me desconfia, camarada
do meu não lembras, o fiz em capítulos,
na estrada sou carro veloz em disparada
não burro acabrestado entre discípulos.
nesse meio tempo quebrei as redomas
hoje sou o teu 'presentão' do passado,
astuto na tua índole peguei as caronas
pra aqui vê-lo definhar de bom grado.
estou sempre enganado a teu respeito
ah, mas dessa vez será meu o sucesso,
armo calmamente sei que tudo espreito
meu feito de derrubá-lo num só gesto...
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