soneto. 1
não me roube o tempo o catavento
da mão menina a tatear o encanto
que correrá da dor do esquecimento
pra renascer o riso depois do pranto
não me cubra o mal com seu manto
meu afã e crença no firmamento
se minha cruz faz-me mais santo
com o frescor natural que ostento
não roubem as flores de meu acalanto
nem a modéstia dum raro momento
no meu ser poluído há um recanto
disfarçado no verbo viver cinzento
a roubar as flores que ora decanto
cada vez mais cálidas no experimento.
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