sábado, 16 de outubro de 2010

O SAPATO DE MADAME

O SAPATO DE MADAME

Depois de uma festança regada a uísque e champanhe,
a madame, simplesmente e displicente, caiu na cama
desacordada após o porre e insinuações sexuais ao
jogador famoso que a chamara várias vezes de
'maria chuteira do sapato'.

Quando despertou, notou que faltava um de seus sapatos
em que fora à festa. Desespero! Cadê o sapato avaliado em
2 milhões de dólares? -- vociferou no quarto desarrumado
depois de um vendaval de procura inútil.

Junto com seus funcionários e serviçais fez uma varredura,
primeiramente em sua mansão e, em seguida, no local da
noite anterior em que adquirira a louca embriaguês. Refez,
de limusine, todo o trajeto até sua suíte presidencial.

Ah, um sapato folhado a ouro e contornado por diamantes...
Ligou pra polícia. Em seguida, pra seguradora. Desesperou-se.
No contrato havia uma cláusula que não cobria a típica
situação: a perda de um dos pés. Pôs anúncio no jornal, no
rádio, e nada. Sentiu-se a Cinderela mais imprestável e
infeliz sobre a terra...

Passada uma semana, o podador de árvores estava na
copa do pinheiro em frente à sua janela e encontrou o
sapato de madame dependurado num dos galhos.
(Não entendo como ela nem se deu conta do maldito vício:
o de chegar em casa e chutar os sapatos pra qualquer
lado).

Ela, além de recompensar o podador/jardineiro, deu
uma grande festa em que os convidados teriam que
adentrar o grande salão descalços e atirarem seus
sapatos o mais longe possível. Quem fosse o
campeão, ganharia ações de sua fábrica de sapatos
pra grã-finos exigentes com representação em vários
países da Europa e dos Estados Unidos. Pôde-se notar,
ali, que alguns chumbavam os pares a fim de levarem
vantagem, mas eram desclassificados após um exame
minucioso. Por isso, o campeonato foi regrado desde os
primórdios de sua invenção.

Foi assim, resumidamente, que nasceu o "Dia do
Sapato Voador" na alta sociedade. Esses ricos não têm
mais o que inventar pra se divertirem em noites veranescas.

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