segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Preciso Chegar em Fugacity

Preciso Chegar em Fugacity

A ave nômade voa no cubículo, irriquieta.
Desesperada foca a aerofotogrametria de plagas
inexistentes num tour.

Delira. Vê-se remando solitária a ilhas que vão
se desmoronando e, em círculos, rema e rema
voltando ao ponto de origem.

Inerte, pensares brancos a sufocam e a detém
num intervalo memorial de pulsação lenta.

Impaciente com a calmaria a irritá-la, atravessa os
cômodos da casa térrea pra zanzar na cozinha.

Toma um café, fuma um cigarro.
Fuma outro cigarro, toma outro café.

Abre a porta. Vê as lanternas dos pararraios e antenas
dos prédios: vermelhas, amarelas.

Pensa:

"Lá na frente tem uma plataforma no chão tátil, acima
de todas as cabeças, onde a soledade me espera e faz
morada. "

A ave está livre do cubículo cotidiano.

"As setas do labirinto me levam ao reverso deste cenário
absurdo. Preciso chegar em Fugacity. Preciso remar.
Preciso chegar em Fugacity, preciso."

Nenhum comentário:

Postar um comentário