sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pro deserto do Sertãozinho, já!

Pro deserto do Sertãozinho, já!

Ah, quanta bugiganga! Eu numa tanga de dar dó.
Já masquei todos os cravos. Tô com a boca amarga
que nem jiló. Eu bem que podia ganhar na loteria,
a da contravenção tipo jogo do bicho. É, mas só jogo
na 'das frutas'. Quantas combinações dão? Tem um
matemático de plantão? Tem aí? Ah, tem um pequeno
detalhe: além da combinação (joguei na morango/pitanga),
pra ganhar, tem que se acertar a dezena do primeiro
prêmio da Loteria Federal.

Ô vida fubanga! Por onde andará a maluca Vanda... Faz
6 meses que ela foi pra Boiçucanga... Preciso sair
urgentemente de rolê. Aqui sou livre, sonho, mas não
me convidaram para o boi no rolete com chope zero grau
lá na fazenda californiana de Ribeirão Preto. Ô vida de
gado!, como diz o Zé Ramalho...

Mas num-é-qui-é?! Não tem data marcada meu funeral.
Ói lá o cara no caixote que nasceu nu, mas que de terno
e gravata faz a última viagem...eu não!... quero ser
enterrado nuzinho da silva, ao sol e som das ondas,
por um caiçara de pele pigmentada de picadas de mosquitos
e pernilongos.

Pelo menos lá na baixada não vão me prender por
vadiagem. Que bobagem! Esta vida de andejo é sacanagem!
Quanta pilantragem! Acho que sou igual ao 'pequeno
gafanhoto', Kwai Chang 'Caine' do David Corredine, só
que não sei lutar kung-fu. É. Pois é, ó! O mundo me parece
pequeno no mapa que carrego na mochila. Maior que o mundo
é o problema de eu encontrar a mim mesmo.

Vou indo. Pelo menos lá no Sertãozinho posso alçar voo
sem sair do chão. Lá sei que estarei só, mas sem essa de
solidão, meu! Ué? -- perguntam os consumidores de
shoppings e supermercados -- como vai alimentar-se
por lá? Ah, os miseráveis de lá não negam um prato
de comida -- respondo e fui!

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