terça-feira, 17 de novembro de 2009

LIBÉLULA PURPURINADA

LIBÉLULA PURPURINADA

camaleoa hormonizada
embaixatriz da madrugada
aceno aos motorista
em ziguezague na calçada;

sou a batgirl
de cinta-liga bem enfiada,
bandas durinhas
com gel bem rapadas,
no meu indicador
um falso brilhante,
na cabeça um arquinho
na peruca esvoaçante,
no rostinho de boneca
cera quente, maquiagem,
um arzinho de tarada;
nem pareço o soldadinho
que aos 18 de molecagem
era a alegria da moçada,
aquartelada
em prol da pátria amada;

perfume francês
fecho os olhos à concorrência
de ciganas siliconadas,
meras barbies avantajadas
vendedoras de aparência;

o prazer que ofereço
não tem preço,
minhas pernas roliças
sem celulite nem varizes
sem cicatrizes,
apesar do futebol
bronzeadas ao sol, hum!
minha minissaia
salto agulha
batom carmesim, hum!
cílios postiços
cinturinha em remelexo, hum!
é mais que pretexto!

um dia me livrarei
deste pinto e testículos horrendos,
aposentarei o esparadrapo,
do farrapo
masculino que me resta,
serei aos caçadores noturnos
a Libélula Purpurinada
mais invejada
dos puteiros desta estrada.






Nenhum comentário:

Postar um comentário