terça-feira, 17 de novembro de 2009

A MUSA DA AVENIDA INDUSTRIAL

A MUSA DA AVENIDA INDUSTRIAL



Quando passo de ônibus,
pela avenida Industrial,
já é noite velha.
Sempre te vejo, recostada
na parede da esquina.
Hum!
você de beibidol,
às vezes de roupinhas íntimas
de sex shop...
Meu dedo, sem juízo,
fica a ponto de apertar o gatilho.
Hum!
você de véu de noiva,
de enfermeirinha...
muito rampeira, eu sei,
mas tem o ímã de meus olhos.

Um dia peço pro motorista
parar de repente,
dou até 5 reais pra ele,
pra ficarmos frente à frente.

Não quero nem saber teu preço!
De tanto passar, te desejar,
sei que mereço amanhecer nos
teus braços.

"Ah, teve um cara, um dia,
que quase teve um treco:
desceu pra um programa,
se fodeu,
quando descobriu
que sua musa era um traveco."

Ah! não importa!
Refaça-se o sonho
da bunda mais linda que já vi!
A gente vive mesmo
num mundo de faz-de-conta
e diz-que-diz hipócrita,
num quadradismo social...

Aiii!
Só oral, só anal...
Nossa! que puta vã filosofia!
... quanta caranga invocada
estacionada!...
deixando mulher de lado
pruma fantasia depravada!

Não vai me custar nada,
afinal,
tem mulher com mulher,
tem homem com homem,
tem mulher que quer ser homem,
tem homem que quer ser mulher,
tem até homem com mulher, pasmem!

Eu?
Sou muito macho!
Só quero dar uma variada.
(curiosidade malandra, tipo
recrimino mas não abomino, manja?)

Quem me garante que
minha musa não é mulher?!

-- Motorista! Quero descer!


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