quarta-feira, 24 de novembro de 2010

a porra da poesia desnecessária que hoje me saiu.

a porra da poesia desnecessária que hoje me saiu.
e daí?


chora mundo
chora viola
me inspiro em mim mesmo
em 1000 poemas que joguei fora

chora cara vadia
'vagalbunda'
tô só o pó
meus dentes amolecem amarelecidos
e nem me dei conta que definho
como os poemas que tento escrever
direto na tela de bordas sépias
nicotinadas

não anseio mais nada
porra nenhuma
já dei o melhor de mim
preciso me ironizar
não cuido de meu corpo como deveria
tô que nem o vira-lata
que quando balança o rabo
parece que ri com as saliências da costela

chora mundo
chora viola
chora mundo que esfola
meu intelecto
dentro do prospecto
que faço de ti
interminável...

perdi todos meus amigos
perdi toda minha família
perdi toda inspiração
nem me recordo da letra duma canção
dum taiguara da vida
nem do vinícius
ô suplício!
meu corpo esquenta
sinto que perco os hormônios
os neurônios
e esqueço-me das palavras certas deste poema
que se perdem no ar como a fumaça do
meu companheiro inseparável
ô vício!

bem
nesta altura do campeonato
dou-me o direito de escrever sobre o que eu quiser
mesmo sem me lembrar do que sentei aqui pra escrever
...
ah
que me inspiro em mim mesmo
pra mais 1000 poemas descartáveis
desnecessários
fazer o quê?
eu nasci assim no meio da merda
tento em braçadas nadar pra fora
como um sísifo urbano

um cagada a mais
uma a menos
qual a diferença?

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