sexta-feira, 13 de agosto de 2010

não mais agora




não mais agora


Não que eu fuja das prisões de sua hipotética cabeça,
mas a estrada que percorro é demasiada turbulenta.
Os meninos que imagino são antirreligiosos, de pais
que há muito observo e bebo em todos os bares, como
se todos os dias fossem de festas lucrativas.

Não me entristeça com seu falso falar. Se suas razões
fossem as que espero, não me manteria aqui, estático
nesta sala reflexiva, esperando a morte chegar.
Mas os religiosos de sua laia continuam contrastando
suas crenças, fazendo-me vítima de seus próprios
desabafos. Ufa!

Não que eu tenha medo de continuar, não. Os alicerces,
que aguardo a tempos, são apenas epílogos e, o fim
de meu ideal, planejo desde data imemorial. Não que eu
seja o cavarde nesta encenação toda, mas se ainda
consigo pensar, imaginar, é porque consegui ver que
a meu lado somente cães me lambem. E o por quê
de tantas histórias no final de mais um longo dia?

Contudo, com você mais uma vez celebrarei. Amanhã
quem comandará o barco será eu. E, quando sentir-se só
terá os pesadelos por que passo. Assim, nunca mais
sorrirei a idiotas tal você. Meu papel, na peça, escreverei
a meu modo. Minha estrada será um teto sem paredes.
No mais, sobre sapatos de ouro andarei. Se meu maior
inimigo me alcançar com conversinha de 'em nome de Deus',
vai se ferrar, levando minha foto pra colocar em seu caixão,
com rezas de uma religião bem solícita em tais horas.


pia-piá

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